por Nícolas Campos
Tomando como ambiente o interior nordestino e seus
personagens icônicos, O Auto da Compadecida narra a história de Chicó e João
Grilo, dois humildes trabalhadores rurais que tentam a custo de pequenos golpes
e roubos nas pequenas cidades nordestinas. Não só eles, quanto vários outros
personagens tomam parte no filme, como o padre e bispo corruptos da Igreja da
cidade, uma adúltera e mesmo um cangaceiro. Temas religiosos, expostos no
próprio título do filme também são muito presentes.
A mensagem é bastante clara, dado que o filme é direcionado
para um público amplo. Os personagens são pecadores, humanos, como qualquer outra
pessoa, os dilemas encontrados pela dupla de João Grilo e Chicó e todos em
volta deles serão julgados no fim do filme pela “Compadecida” e o próprio
Diabo, em forma humana, mais uma forma de aproximar as divindades religiosas ao
cotidiano. Chegando a conclusão que mesmo pecando e errando, todos tiveram seus
motivos e arrependimentos.
O enredo e roteiro, emprestados do romance de
mesmo nome escrito por Ariano Suassuna, é diferente do que estamos acostumados
de ver tanto no cinema nacional quanto no estrangeiro, assim sendo uma obra
destacável, não por sua qualidade de fotografia ou som, mas por sua trama
excêntrica. A qualidade e verossimilhança para com a realidade do Nordeste em
dada época é convincente, logo, mais uma boa qualidade dentro desse longa. O
humor simples, comum de peças do interior, também é único, assim como alguns
momentos irônicos e ácidos. Felizmente, o filme não apela para (muitos) clichês
do cinema brasileiro.
O Auto da Compadecida é um bom filme para os entusiastas do
cinema nacional ou mesmo pessoas querendo ver uma comédia envolvendo um espaço
do o sertão nordestino.
Ficha técnica
Título Original: O Auto da Compadecida
Ano: 2000
Diretor: Guel Arraes
País: Brasil
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